segunda-feira, 27 de julho de 2009

Raphael Rabello II



Sem querer apontar um preferido mas já apontando, tenho por Raphael uma admiração diferente.

Apesar de ter começado a gostar de música e de violão vendo o Yamandu Costa tocar, foi em Raphael - e com esse arranjo de anos dourados, composição de Chico Buarque e Tom Jobim - que eu defini mais ou menos meu objetivo ao começar a estudar música.

A facilidade com que ele toca sempre me impressionou muito. Seus arranjos apesar de parecerem simples abusam de uma qualidade técnica que pouquíssimos tem, o que acaba sendo uma armadilha - até divertida, devo confessar - pra quem tenta se aventurar no estudo das suas obras.

Nesse outro vídeo ele toca Odeon - composição de Ernesto Nazareth - com uns amigos e impressiona a todos com a quantidade de variações salpicadas ao longo da música, é uma aula de como tocar brincando.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Naudo I


Naudo é um músico que vive na ilha de Tenerife - Espanha e ganha a vida tocando em clubes de jazz e restaurantes. Além disso é sempre convidado por outros músicos para participar da gravação de algumas músicas.

Nasceu dia 23 de abril de 1961, natural daqui de Recife, ficou no Brasil até 1989, quando resolveu viajar pela Espanha com a orquestra "Linea Continua", participando do "Autum Jazz" de Zamora (Castilla), que estava atuando junto ao saxofonista Quique Macias.
Nunca estudou música em um conservatório ou faculdade, é autodidata e desenvolveu sua tecnica observando e tocando com outros músicos e estudando vários estilos musicais diferentes.

O video é um arranjo dele para "Sultans of swing" da banda Dire Straits.



quarta-feira, 15 de julho de 2009

Paulinho Nogueira I


Paulinho Nogueira nasceu em Campinas dia 8 de outubro de 1929 e faleceu em Sampa dia 2 de agosto de 2003. Paulinho tentou a vida na cidade grande como cartunista (e tinha até talento) mas não conseguiu e sem querer voltar pra Campinas ficou por São Paulo tocando violão nas noites.

Depois disso seguiu carreira de violonista solo, arranjando músicas e até cantando, mas essencialmente era instrumentista, como ele mesmo diz em uma entrevista.

Tocava sem as unhas, o que trás um toque muito mais sutil e doce, é fácil de reconhecer quando é Paulinho tocando. Sua qualidade como arranjador também é indiscutível, além de ser de uma humildade fora do comum. Segue o video "Samba em prelúdio" de Baden Powell e Vinicius de Morais.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Raphael Rabello I


Nunca vi ninguém tocar feito ele. Rafael (depois ele adotou a grafia com "ph") Baptista Rabello nascido em 31 de outubro de 1962 morreu em 27 de abril de 1995. Nunca vi tocarem igual.

De uma família musical, o avô já tocava piano para ele e as irmãs cantarem desde pequenos, Raphael se interessou pelo violão e chegou a ter aulas com Meyra (foi professor de Baden Powell também) e daí descambou a genialidade. Sofreu influência por todos os lados: o chorinho com Dino 7 cordas - que inventou o violão de 7 cordas -, o flamenco com Paco de Lucía e o erudito com Heitor Villa-lobos e Radamés Gnattali com quem fez parceria.

Em suma, Raphael conseguiu reunir características que quando se juntaram a sua personalidade fizeram dele um músico completo: com uma harmonia fora do comum, agilidade e técnica impressionantes, uma mão direita impecável e uma capacidade de improvisação extraordinária, ele se imortalizou como um dos maiores nomes do violão brasileiro.


O vídeo é "Sons de carrilhões" do grande João Pernambuco:

Cartola II



"Corra e olhe o céu" é a última música que Cartola canta no filme "Cartola - Música para os olhos". Acabei de assistir e bateu a saudade, mesmo ele tendo morrido há 29 anos. O filme conta algumas coisas da vida dele, mostra as composições e muito bate-papo sobre o samba, a Mangueira e a vida dele. É praticamente a mesma linha do filme feito sobre Paulinho da Viola, o que só garante ser muito gostoso de assistir.

Tem certas coisas que são difíceis de acreditar. Cartola, ou melhor, Agenor (que depois passou a ser Angenor porque erraram o nome dele na papelada do casório com Zica) não gostava de ir pra escola e o pai resolveu dar aula a ele em casa mesmo. Idéia que não deu muito certo também, porque era um olho no caderno e o outro no violão, e nessa divisão entre ler e aprender a tocar o muleque acabou largando o estudo e, mesmo analfabeto, escreveu essas maravilhas que só escutando mesmo pra ter uma noção da grandeza desse gênio. Abaixo, "Tive sim" no programa da TV Cultura Ensaio.


sábado, 4 de julho de 2009

Cartola I


Cartola é o cara. Fez de tudo na vida, até fundar uma escola de samba fundou, a Estação Primeira de Mangueira, tem uns sambas lindos de matar e as histórias de cada letra são coisas fora do comum.

Particularmente eu acho Cartola uma das cabeças do samba, hoje em dia Paulinho da Viola desempenha esse papel de representante, mas antes dele o velho verde-rosa é o primeiro que me salta como referência.
A história de hoje fica por conta de "O mundo é um moinho":



Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida

Já anuncias a hora da partida

Sem saber mesmo o rumo que irás tomar


Preste atenção querida
Embora saiba que estás resolvida

Em cada esquina cai um pouco a tua vida

Em pouco tempo não serás mais o que és


Ouça-me bem amor
Preste atenção, o mundo é um moinho

Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos

Vai reduzir as ilusões à pó.


Preste atenção querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás a beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés


Cartola escreveu isso pra filha depois que descobriu que ela havia se tornado prostituta, acho que não tem necessidade de destacar a letra depois de saber desse fato não é? imagine hoje como seria essa letra se a mesma história acontecesse...

Abraços

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Video - Frevo



Yamandu Costa (tocando num violão de 10 cordas) e Armandinho num bandolim elétrico (guitarra baiana), aliás, esse cara reinventou o jeito de solar e mostrou a quantidade de recursos que existem nos instrumentos que antes tinham mais uma função de acompanhar como é o caso do cavaco, bandolim etc.